Ao pensarmos em meio ambiente e sustentabilidade, termos muito em voga atualmente, nos vem à mente pensamentos relacionados a plantas, animais, florestas e outros seres vivos e nossa relação com esse ambiente. Além disso, logo pensamos nas questões relacionadas à utilização, preservação e conservação do meio ambiente e de seus recursos naturais.
A temática da preservação e conservação do meio ambiente, bem como da sustentabilidade ganhou maior projeção a partir da década de 1960 com os movimentos ambientais que propunham repensar o uso dos recursos naturais e a forma como a sociedade os encarava.
Desde então, muito se fora discutido acerca do tema, e a busca pela sustentabilidade se tornou tema não somente da esfera acadêmica ou governamental, mas inserto em outros contextos da sociedade, como nas empresas, nas escolas, no cotidiano em geral.
Diante desse tema, surgiu recentemente o termo ESG – Environmental, Social and Governance, em tradução para o português, como Ambiental, Social e Governança, que se trata de um conjunto de padrões e boas práticas que visam definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e bem gerenciada.
Acompanhando-se as discussões históricas e a evolução do conceito de sustentabilidade, da importância do meio ambiente e do uso racional dos recursos naturais, as práticas ligadas ao ESG tornaram-se uma grande tendência, e uma forma das empresas promoverem uma resposta aos desafios enfrentados pela sociedade contemporânea na área ambiental.
Atualmente, vem se utilizando cada vez mais desses critérios para entender se uma empresa constituiu uma opção viável tanto na esfera social quanto ambiental e se alinha a questão de sua lucratividade com o propósito social e ambiental proposto mundialmente, isto é, se as empresas entendem o seu papel na sociedade, bem como o impacto que podem gerar, de forma positiva ou negativa, por meios de seus negócios, e de sua atuação com seus funcionários, colaboradores, parceiros e com a sociedade de forma geral.
Apesar do termo e das práticas do ESG serem uma novidade no mundo empresarial, a discussão é antiga e busca implementar a responsabilidade ambiental e social, de forma que cada um entenda seu papel fundamental quanto o impacto de suas atividades no meio ambiente, na sociedade, perante seus colaboradores, parceiros e funcionários, no cotidiano da atuação.
Deve-se salientar que apesar da farta legislação ambiental existente em nosso país, o que se busca com a implementação da ESG são as boas práticas, formando um entendimento da importância de cada organização no meio em que se está inserida, evidenciando-se que uma empresa, muito mais do que somente o impacto financeiro ou a geração de empregos, por exemplo, influencia e impacta o meio ambiente na qual está inserido, fazendo com que as empresas que se adequaram ao ESG se tornassem mais competitivas e qualificadas perante o mercado, atraindo para si mais investimento e um olhar mais atento de investidores.
Ao observar e se adequar às práticas da ESG, as empresas geram na sociedade a resposta de que não estão alheias aos problemas ambientais vivenciados por todo o mundo, assumindo sua parcela de responsabilidade na sustentabilidade ambiental demonstrando preocupação com a sociedade e o meio ambiente na qual estão inseridas.
Dessa forma, questiona-se: a sua empresa está adequada a essa nova prática exigida pelo mercado? Para se fazer essa adequação bastam ações simples, como por exemplo, o gerenciamento de resíduos, aproveitamento de recursos, gestão e redução do uso de embalagens plásticas, cuidado com o descarte de material, planejamento quanto ao impacto ambiental, práticas de educação social e ambiental de seus funcionários e colaboradores, que podem ser atingidas e implementadas com a ajuda de profissionais de diversas áreas de atuação que irão fornecer estratégias e pareceres para a implementação e adequação da sua empresa às diretrizes do ESG.
Camila Stofeles Cecon Santana
Advogada do Carmo e Arantes Advogados Associados